MEU QUERIDO TRAJE BRANCO
- Carolina de Vargas
- 16 de ago. de 2017
- 6 min de leitura
OPA! O blog mudou de nome de novo? Não gente! Resolvi trazer esse título que me traz tanto carinho para contar para vocês a história (SIM, ESSA É A SEGUNDA PROPOSTA DO DESAFIO!) dessa peça maravigold com que tantas mulheres sonham: O vestido de noiva.

A primeira coisa que nos vem à mente quando falamos em casamento é o vestido de noiva - e não é a toa. A história dessa peça tão marcante está diretamente relacionada à origem do próprio casamento, que surgiu basicamente para legalizar a unidade familiar, para legitimação de filhos e
herança e também para estabelecer alianças entre as famílias, que, à época, eram chamadas de clãs. Isso significa que, sim, pode esquecer a visão romântica. Naqueles tempos, o casamento estava mais relacionado com riquezas do que com amor - e é por isso que de vez em quando ouvimos falar de pessoas que tiveram uniões arranjadas e não puderam viver com as pessoas que amavam. Como vocês devem saber, esses arranjos eram feitos pelos pais dos noivos, que estabeleciam detalhadamente em contrato os deveres e responsabilidades das partes, muitas vezes respondendo por seus filhos ainda pequenos ou nem mesmo nascidos.
Em ocasião desse lado comercial do casamento, os vestidos de noiva, inicialmente, deviam ser muito luxuosos, não importando a cor, contanto que mostrasse à sociedade o quão poderosa era aquela família. No Império Romano e na Grécia antiga, por exemplo, era comum o uso de cores escuras e mesmo estampas na vestimenta da noiva - vermelhos e amarelos eram os preferidos.
O que quase ninguém consegue visualizar é que o preto, sim, o PRETO, já foi predominante nessa peça, lá no século XVI, no período da Renascença. Nessa época, a Espanha era considerada a "ditadora da moda" e, numa sociedade muito religiosa, a cor mais indicada para se apresentar a uma sociedade era o preto - mas nada de pretinho básico: o luxo ainda era o mais importante nos vestidos.
Mas e quando os vestidos tornaram-se brancos? Infelizmente, não há um consenso sobre quando isso aconteceu. Há hipóteses que indicam como pioneira a rainha Mary Stuart da Escócia e outras que relatam o rebuliço causado na corte francesa pelo vestido decotado e branco da rainha Maria de Médici. Mas a adoração ao amor romântico nos leva a atribuir a origem do vestido de noiva branco à rainha inglesa Vitória, no século XIX, que foi uma das primeiras nobres a se casar por amor, em uma composição maravi'white' rs, com um lindo vestido de renda feito a mão, além de ter causado ao disseminar mais algumas tendências - seu véu também era branco, seu buquê era composto de pequeninas flores também brancas e ela se casou sem coroa, o que foi inédito. Uma curiosidade sobre essa rainha apaixonada é que, por causa de seu título, foi ela quem pediu o marido Albert em casamento e, depois da morte de seu amado, ela teria passado a usar apenas preto.

O fato é que, depois daí, o vestido branco, que agora representava o amor acima de tudo, se tornou sonho de muita gente. Os modelos, é claro, variaram com o tempo, seguindo as tendências da época. Como sabemos, a moda se renova a todo instante e nós sempre voltamos a alguma tendência antiga (e muitas vezes achamos que somos inovadores!). Quer uma prova? Calça flare nada mais é que a boca de sino que sua mãe usava nos anos 70. Com os vestidos de noiva, essa regrinha do vai-e-vem não é diferente. E que tal dar uma olhada nos vestidos de noiva que foram trend nos últimos 100 anos?
♥ DÉCADA DE 1910 ♥
Inspirados na Belle Époque, os vestidos na década de 10 costumavam ser mais soltos e cheios de detalhes. Muito românticos, os véus delicados e loooooongos, enfeitados com flores, eram os

♥ DÉCADA DE 1920 ♥
Essa tem uma explicação histórica. Como efeito da primeira guerra mundial, as mulheres que perderam seus filhos e maridos nos campos de batalha tiveram de finalmente sair de casa para conquistar um emprego e seu espaço na sociedade, o que acarretou numa masculinização do seu vestuário, que alcançou o tão sonhado traje branco. Para compensar a modelagem reta, que não favorecia o corpo, a feminilidade se fez presente nos bordados e aplicações de pedrarias inspirados na Art Déco, com o véu longo ainda em alta.

♥ DÉCADA DE 1930 ♥
Chegaram as mangas longas! A modelagem voltou a ajustar-se ao corpo da mulher, com o surgimento dos pequenos decotes - o corpo da mulher era quase totalmente coberto, realçado apenas pela silhueta que valorizava a simplicidade no período entre guerras.

♥ DÉCADA DE 1940 ♥
Também como efeito da guerra, nessa fase do século XX havia uma cota máxima para compra de tecidos naqueles países mais afetados pela crise da segunda guerra, como França, Inglaterra e Estados Unidos. Assim, os vestidos de noiva se simplificaram, sendo muito comum uma mulher se casar de tailleur, que é uma combinação de saia e paletó.

♥ DÉCADA DE 1950 ♥
Nessa década, onde a noiva mais marcante foi ninguém menos que a atriz e princesa de Mônaco Grace Kelly, a moda glamourosa começou a fervilhar com a tendência da cintura marcada criada pelo ícone da moda Christian Dior. Além disso, também eram destaques as tendências que ditavam golas altas, comprimento midi e mangas longas.

♥ DÉCADA DE 1960 ♥
Com a invenção da minissaia pela icônica Mary Quant, essa época se destacou pela rebeldia. A quebra dos padrões impulsionada por uma era revolucionária marcada pela difusão do rock 'n' roll se traduziu também nos vestidos de noiva, que agora eram mais modernos, com cortes geométricos e curtos.

♥ DÉCADA DE 1970 ♥
Pensar na década de 70 é pensar em uma bagunça tremenda, inclusive no mundo da moda. É simplesmente impossível eleger uma única tendência em meio a tantos estilos diferentes e marcantes - o retrô, o sexy (herdado da libertação sexual da década anterior), o hippie. Ao entrar numa igreja da época, você podia encontrar de tudo, desde os clássicos tailleurs, inspirados na década de 40, até os modelos leves com flores e rendas bem na vibe paz e amor.

♥ DÉCADA DE 1980 ♥
Marcada pelo exagero, a moda dessa época cheia de volume, brilhos e, é claro, ombreiras rs afetou fortemente o vestuário das noivas. O grande ícone dessa época foi o vestido da maravilhosa Lady Di, da Inglaterra. Nessa fase, mais era mais ainda.

♥ DÉCADA DE 1990 ♥
Contrariando a década anterior, os anos 90 trouxeram o minimalismo e buscaram a modelagens mais simples. Foi muito comum, nessa época, a releitura de modelos clássicos, porém guiadas por um princípio: dessa vez, menos é mais.

♥ ANOS 2000 ♥
Os anos 2000, em vários âmbitos, foi a fase das experiências. No mundo da moda, os estilistas ousaram e colocaram toda a sua criatividade para misturar tendências antigas e adicionar a modernidade do novo milênio. O volume agora está de volta, trazendo consigo cor e decotes ousados, inclusive o tomara que caia, queridinho das fashionistas da época.

♥ 2010... ♥
A tendência da nossa década é... ter personalidade. Numa época em que quem manda é a diversidade, essa palavra deve ser a chave no mundo da moda também. Somos tantos gostos e opiniões quanto pessoas no mundo e, num dia que é considerado o mais importante da vida de muitas, o vestido ideal é aquele que revela quem é a noiva. Moderna, elegante, boho, clássica, minimalista... Tem espaço para todas aqui.

E aí, o que vocês acharam de conhecer a história dessa peça tão sonhada por muitas mulheres? Ao passo que muitas pessoas julgam a futilidade da moda, eu sou do time que defende não só o poder que ela tem de aumentar a autoestima de alguém, mas também o de contar uma história. A história de uma pessoa, a história de um século, a história de uma cultura.
O meu modelo dos sonhos, como vocês podem ver na página Diário da Noivinha, aqui no blog, é esse aqui, porque eu acho que combina com o estilo de cerimônia que eu quero.

Eu quero saber agora qual é o SEU modelo favorito e se você gostou desse tipo de conteúdo e quer ver mais posts 'históricos' aqui no blog!
Não deixa de curtir esse post e compartilhar com todo mundo, ein? O feedback de vocês é muito importante pra mim!
Um beijo,
Com amor, Carol.
Comments